A ex-refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Ingrid Betancourt reconheceu nesta quarta-feira (24) que existem “problemas de segurança” que desaconselham seu regresso ao país sul-americano. “Existem problemas de segurança, muitos. O nível de risco é muito algo e não quero me arriscar, nem por minha família nem por meu país”, disse. A franco-colombiana afirmou que seu futuro imediato não passa pela política, mas sim pela defesa dos direitos humanos no mundo.
Ex-candidata à presidência da Colômbia, ela esteve nesta quarta com Luis Eladio Pérez, com quem compartilhou o cativeiro, e com o jornalista Darío Arizmendi, durante o lançamento em Madri, na Espanha, do livro Inferno verde – Sete anos seqüestrado pelas Farc. A obra, escrita por Pérez e Arizmendi, narra o calvário dos reféns da guerrilha colombiana.
Com a voz embargada e chorando em alguns momentos, Ingrid reconheceu que não poder voltar ao seu país é a única tristeza que sente, após ser libertada. Ela lembrou ainda dos reféns que continuam nas mãos da guerrilha. Capturada em 2002, a franco-colombiana foi resgatada em julho, junto com outros 14 reféns. Pouco antes, em fevereiro, havia sido libertado o dirigente político Luis Eladio Pérez. O ex-refém, ao lançar suas memórias, disse que espera que “nenhum colombiano volte a ter que escrever uma história assim”.