Passado o primeiro choque causado pelo terremoto do dia 12 e os esforços para retirar sobreviventes dos escombros, o governo haitiano e a comunidade internacional passam a um segundo estágio, de tentar fazer a economia do país voltar a funcionar para reduzir a dependência da ajuda humanitária e facilitar a mobilização de recursos para a reconstrução.
Os bancos comerciais estão sendo reabertos para que os correntistas possam sacar dinheiro e atender as próprias necessidades. Algumas agências de transferência de dinheiro – pelo menos as que não foram destruídas pelo terremoto – voltaram a funcionar na quinta-feira, injetando dinheiro na economia.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Associação Profissional de Bancos (APB), Maxime Charles, junto ao comércio e à indústria manufatureira, as remessas representam 25% do PIB haitiano. Para facilitar o fluxo de fundos, algumas companhias decidiram suprimir temporariamente as despesas de envio, procedentes em sua maioria dos EUA.
Ontem, em muitas agências viam-se pequenas filas de gente que esperava para receber seu dinheiro. O ministro das Finanças, Ronald Baudin, anunciou que o Banco Central voltará a funcionar na segunda-feira. A reabertura progressiva das agências bancárias será feita sob a vigilância dos militares da ONU.
Durante os primeiros dias, o público poderá retirar até US$ 2.500, quantia que será progressivamente ampliada. O objetivo da limitação é levar o serviço ao maior número de clientes.
O presidente René Préval firmou ontem com o chanceler da República Dominicana, Carlos Morales Troncoso, um acordo de passagem livre dos produtos entre os dois países vizinhos, sem barreiras alfandegárias.