Indonésia admite que soldados do país torturaram presos

O governo da Indonésia admitiu nesta sexta-feira que seus soldados participaram de torturas na província de Papua. “Baseado em nosso relatório preliminar, nós concluímos que os soldados se excederam no tratamento daquelas pessoas que estavam presas”, disse o ministro de Segurança, Djoko Suyanto, que prometeu uma investigação do caso. “O que eles fizeram não foi profissional.”

A afirmação foi feita após um vídeo na internet mostrar um homem sendo agredido e humilhado pelos militares. Os soldados bateram com uma barra quente nas genitais de um dos detentos desarmados, além de ameaçar outro com uma faca enquanto interrogavam os dois sobre a localização de um suposto esconderijo de armas, de acordo com imagens do vídeo.

A gravação chamou a atenção internacional, em meio a alegações de torturas generalizadas e abusos contra ativistas e civis em regiões de Indonésia, como em Papua e nas ilhas Maluku. Grupos pelos direitos humanos, entre eles a Anistia Internacional, exigiram uma investigação da Indonésia para punir os soldados não identificados no vídeo. A Anistia citou a cultura arraigada de impunidade entre as forças de segurança do país.

Suyanto disse que as tropas envolvidas no incidente, que supostamente ocorreu em maio, na região de Punjak Jaya, leste do país, serão tratadas “de acordo com os regimentos militares”. “Isso atraiu a atenção pública e do mundo”, reconheceu o ministro. “Nós resolveremos a situação de modo apropriado.” As informações são da Dow Jones.

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