Cerca de 2 mil indígenas da Amazônia boliviana que protestam contra a construção de uma rodovia chegaram a La Paz nesta quarta-feira, onde foram até a praça Murillo, local do palácio presidencial e do Congresso. Eles aceitaram um convite para uma reunião na quinta-feira com o presidente Evo Morales, informou a Agência Boliviana de Informação (ABI).
Evo enfrentou alguns dos maiores protestos contra seu governo após a repressão policial contra os indígenas, os quais são contra que a estrada corte o Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), onde vivem 50 mil indígenas de três povos. A estrada é financiada pelo Brasil. Evo recuou e agora defende que os indígenas aprovem ou rechacem a construção da estrada em um referendo.
O ministro da Comunicação da Bolívia, Iván Canelas, disse que a praça Murillo permanecerá aberta para os indígenas. “Não existe nenhuma necessidade de que a praça seja fechada a nossos irmãos indígenas, aos quais receberemos com boas vindas”. A marcha dos índios, que vieram a pé da Amazônia, durou semanas.
O chefe da Confederação dos Povos Indígenas do Oriente Boliviano (CIDOB), Adolfo Chávez, disse que a manifestação é pacífica. “Vamos descansar e recobrar nossas forças e depois analisaremos nossa posição antes do diálogo com o presidente”, disse Chávez, citado pela ABI.