O Parlamento do Sudão condenou nesta quarta-feira (16) o indiciamento do presidente Omar al-Bashir pela promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI). Segundo a Casa, a medida ameaça acordos de paz vitais na região de Darfur e no resto do país. Ghazi Salah Eddin Atabani, um importante integrante do Partido do Congresso Nacional, atualmente no poder, leu uma resolução sobre o tema ao final de uma acalorada sessão no Parlamento. Durante a reunião, cerca de 300 deputados condenaram o pedido feito pela promotoria do TPI e afirmaram apoiar o atual presidente sudanês.
Os texto produzido pelos parlamentares argumenta que as acusações por genocídio contra Bashir iriam "complicar a situação" e "abortar as negociações de paz". Como o presidente monitora todos os tratados de paz, enfraquecê-lo somente prejudicaria o processo para pacificar o país, sustenta o documento.
Na última segunda-feira (14), o procurador do TPI, Luis Moreno Ocampo, acusou formalmente o presidente sudanês de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos na região de Darfur, no oeste do país. Em Cartum, houve manifestações em defesa de Bashir e o governo rejeitou o indiciamento, afirmando que pedirá a intervenção do Conselho de Segurança das Nações Unidas para bloquear o processo e o mandado de prisão do presidente. Bashir também protestou contra seu indiciamento, alegando que a corte não tem jurisdição no Sudão.