O tribunal da cidade de Friburgo, na Suíça, indiciou um brasileiro, cujo nome completo não foi revelado, por extorsão e por incitar a prostituição. O julgamento deve ocorrer no fim do ano. O advogado do brasileiro nega que seu cliente seja culpado. A prática de trabalhos espirituais na Suíça é autorizada e a cobrança em dinheiro também é acatada pela lei. O que não é permitido é o abuso e a prática de extorsão. “Existe o direito de cobrar para prever o futuro. Mas o problema é quando o montante cobrado não tem relação com a prestação do serviço ou quando o mago explora a fraqueza de suas vítimas”, afirmou o juiz de instrução Jean-Luc Mooser, encarregado do inquérito.
O vendedor de milagres é acusado de ter extorquido “milhares de francos” de clientes. Ele afirmava ser pai de santo e praticava sessões de umbanda em Friburgo. Apenas seu primeiro nome, João, foi revelado. “O suspeito contesta os montantes recebidos, diz não ter explorado a inexperiência nem a fraqueza das pessoas e rejeita a acusação de encorajar a prostituição”, afirmou o juiz de instrução, em um comunicado.
O advogado do brasileiro, Philippe Leuba, não revela onde está seu cliente e nem se ele comparecerá ao tribunal durante o julgamento.Se for condenado, João pode pegar cinco anos de prisão por usura e extorsão. Mas se ficar provado que ele incitou a prostituição, sua pena pode subir para dez anos.