Soldados paquistaneses voltaram a violar nesta quarta-feira (30) o cessar-fogo na Caxemira, abrindo fogo pela fronteira pela segunda vez em três dias, denunciou o Exército indiano. Os paquistaneses abriram fogo pouco depois do meio-dia, pelo horário local, mas as forças indianas não atiraram de volta, disse o tenente coronel Anil Kumar Mathur, porta-voz do Exército da Índia na Caxemira. Não houve vítimas no episódio desta quarta-feira.
Por sua vez, o general Athar Abbas, porta-voz do Exército paquistanês, informou que a denúncia foi investigada e que “nenhum incidente relativo a disparos aconteceu” hoje na zona de contenção.
A suposta violação ocorre depois de soldados indianos e paquistaneses terem passado mais de 12 horas trocando tiros entre ontem e anteontem, no mais grave incidente ocorrido na região desde a entrada em vigor, em 2003, de um cessar-fogo entre os vizinhos e rivais nucleares.
Abbas atribuiu a troca de tiros iniciada na segunda-feira (28) a soldados indianos que tentavam estabelecer um posto militar no lado paquistanês. Autoridades indianas negam a acusação e atribuem ao Paquistão a responsabilidade pela violação da trégua. O episódio terminou com um soldado indiano e quatro paquistaneses mortos.
Desde meados do século passado, quando tornaram-se independentes da Grã-Bretanha, Índia e Paquistão travaram três guerras, duas delas por causa da Caxemira, mas a região vinha vivendo um período de relativa calma desde 2003, quando a trégua entrou em vigor. Tanto Nova Délhi quanto Islamabad reivindicam o território himalaio em sua totalidade. Mais de uma dúzia de grupos de rebeldes islâmicos têm lutado contra as forças da segurança na Caxemira indiana desde 1989.