Autoridades de um Estado majoritariamente cristão no nordeste da Índia confiscaram todas as cópias de um livro escolar que trazia uma imagem de Jesus Cristo segurando uma lata de cerveja e um cigarro, disse uma autoridade neste sábado.
Ampareen Lyngdoh, ministra da Educação do Estado de Meghalaya, criticou fortemente a ilustração. “Eu estou chocada e condeno a violenta representação de Cristo. As crianças para as quais o livro se destina olham para Cristo com reverência, e estão chocadas além das palavras”, disse Lyngdoh.
O governo retirou todas as cópias do material das escolas e livrarias em Meghalaya por ofenderem o sentimento público, disse ela. O livro, publicado por uma companhia sediada em Nova Délhi e especializada em livros escolares, estava sendo usado por uma rede de unidades de ensino primário no Estado. Mais de 70% das 2,32 milhões de pessoas de Meghalaya são adeptas do cristianismo.
Cópias do livro estavam prontas para distribuição em pelo menos mais 10 escolas do Estado antes que a imagem chegasse ao conhecimento das autoridades. “Nós orientamos a promotoria pública a seguir em frente com os procedimentos legais contra a editora”, afirmou Lyngdoh, sem, no entanto, dar detalhes sobre os processos.
A imagem causou indignação nos líderes cristãos de Meghalaya. Eles pediram que o ministro da Educação do governo federal, Kapil Sibal, adote medidas contra a editora. “Estamos chocados para dizer o mínimo. Como alguém pode pensar em publicar tal imagem?”, disse Dominic Jala, arcebispo de Shillong, capital do Estado. “Isso foi feito deliberadamente com intenção maliciosa”, acrescentou ele.
Em Nova Délhi, um porta-voz da Conferência de Bispos Católicos da Índia afirmou que ordenou que escolas cristãs ao redor do país removam todos livros escolares da editora. “Tomamos uma posição firme e decidimos boicotar a editora”, disse Babu Joseph, porta-voz da CBCI.
Em 2006, o governo de Uttar Pradesh, no norte do país, baniu um material escolar que trazia retratos do profeta Maomé após líderes muçulmanos protestarem. Islâmicos normalmente não permitem representações de Maomé. O caso contra a editora ainda está em trâmite.