A Índia celebra o aniversário de 60 anos de sua independência da Grã-Bretanha em meio à percepção de que o país finalmente desempenha o papel que lhe cabe de potência internacional. "Eu asseguro a cada um de vocês e a nosso país que o melhor ainda está por vir", declarou o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, no tradicional discurso de Dia da Independência.
"Mas não devemos ser demasiadamente confiantes", prosseguiu o chefe de governo ao lembrar que grande parte da população indiana de 1,1 bilhão de habitantes está ficando para trás em meio ao rápido crescimento econômico do país.
As linhas que há tanto tempo dividem a Índia também eram visíveis. A violência foi reforçada em todo o país, especialmente em locais onde ocorrem insurgências, caso da Caxemira, onde os serviços de telefonia celular foram desabilitados para prevenir eventuais ataques.
Em seu discurso, Singh procurou concentrar-se no desafio de disseminar a prosperidade a todos em um país onde as crianças são mais vulneráveis à subnutrição do que na África e onde cerca de um terço da população vive com o equivalente a menos de um dólar por dia.
"A Índia não pode se transformar num país com ilhas de amplo crescimento e vastas áreas intocadas pelo desenvolvimento, onde os benefícios do crescimento atinjam somente poucas pessoas", prosseguiu o primeiro-ministro em discurso para milhares de dignitários e crianças vestindo as cores da bandeira indiana.
No discurso, Singh abordou uma série de temas, mas não mencionou as relações com o vizinho e rival Paquistão, que celebrou ontem os 60 anos de independência da Grã-Bretanha.