O governo de Pequim estaria “secretamente procurando banir as pessoas negras dos bares, tidas como ‘socialmente indesejáveis’ em vista da abertura das Olimpíadas”, publicou nesta sexta-feira o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

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“Esse ato do governo contrariaria o slogan olímpico ‘Um mundo, um sonho'”, comentou o jornal. Os proprietários de um bar perto do Estádio dos Trabalhadores, próximo ao bairro de Sanlitun, onde se localiza grande parte dos bares freqüentados sobretudo pelos estrangeiros, disseram terem sido aconselhados a não servir pessoas de cor.

“Os funcionários da Segurança Pública me ordenaram a não servir pessoas de cor ou de etnia mongol”, declarou o proprietário de um bar em estilo ocidental que preferiu manter o anonimato.

“Essas medidas fazem parte da campanha contra a droga e a prostituição que as autoridades reforçaram com a aproximação dos Jogos”, disse o jornal.

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Poucos meses atrás a polícia fechou um famoso clube noturno onde trabalhavam prostitutas da etnia mongol. Também teria sido vetada a organização de espetáculos de dança africana e música ao vivo, todas consideradas atividades que ameaçariam a segurança pública.

Teria sido imposto também o fechamento dos estabelecimentos às 2h da manhã e até mesmo a eliminação das mesas do lado de fora dos bares para não “facilitar o surgimento de brigas”.

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Cópias dos “acordos” tomados teriam sido deixadas aos proprietários dos estabelecimentos, inclusive aquela com a proibição da entrada de negros, disseram fontes ao South China Morning Post.

Os funcionários de cinco bares e restaurantes da área negaram à ANSA ter recebido tais ordens e declararam estarem dispostos a acolher negros.