Milhares de imigrantes começam a chegar à Alemanha e à Áustria neste sábado. Cerca de 4 mil pessoas atravessaram a fronteira da Hungria para a Áustria, segundo o porta-voz da polícia austríaca, Helmut Marban. Autoridades de Viena afirmaram que 2.300 pessoas chegaram à cidade, e que 1.500 haviam embarcado em trens com destino a Salzburgo.

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A polícia da Alemanha informou também que o primeiro trem com 167 imigrantes vindos da Áustria haviam chegado à Munique nesta manhã. O representante da polícia federal do país disse ainda que um trem de Salzburgo deveria chegar à cidade com centenas de imigrantes.

Os surpreendentes esforços que ocorreram durante a noite de sexta-feira para sábado reduziram imediatamente a pressão na Hungria, que tem lutado para gerenciar o fluxo de milhares de imigrantes que chegam ao país diariamente, vindos principalmente da Sérvia. No entanto, as autoridades da Hungria alertaram que o número de pessoas no sul do país continua aumentando e que mais imigrantes chegavam a Budapeste horas após a saída em massa da estação de trem central.

O governo húngaro passou boa parte da semana passada tentando forçar os imigrantes a se apresentarem aos centros de refugiados, mas milhares se recusaram e pediram passagem livre a outros países, especialmente para a Alemanha. Desde a manhã desta terça-feira, as autoridades da Hungria impediam a entrada de imigrantes em trens internacionais. No entanto, sem ir aos centros de processamento, temendo deportação ou detenção indefinida no país, milhares de imigrantes acampavam no terminal de trens de Keleti, em Budapeste.

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Na noite de sexta-feira, a Áustria e a Alemanha permitiram a passagem, ao anunciarem que se iriam se responsabilizar pelas massas de imigrantes que seguiam rumo ao leste ou que acampavam na estação de trens de Budapeste.

A Anistia Internacional avalia a iniciativa como positiva. “Após inúmeros exemplos de tratamento vergonhoso aos refugiados e imigrantes por governos europeus, é finalmente um alívio ver um pouco de humanidade. Mas isso está longe de terminar, tanto na Hungria quanto na Europa como um todo”, afirmou Gauri van Gulik, diretor da Anistia Internacional para a Europa.

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Em Berlim, representantes do governo alemão afirmaram que o país sentiu a necessidade de se responsabilizar pela situação, dada a aparente inabilidade da Hungria em lidar com o desafio. No entanto, foi enfatizado que a Hungria, como membro da União Europeia e como o primeiro destino de muitos imigrantes, precisa fazer mais para assegurar que os recém-chegados entrem com pedidos de asilo já no país.

“Por causa da situação emergencial na fronteira da Hungria, a Áustria e a Alemanha concordaram em permitir que os refugiados viajassem nesse caso”, afirmou o porta-voz do governo alemão Georg Streiter. “É uma tentativa de resolver o problema, mas ainda esperamos que a Hungria cumpra suas obrigações com a Europa”. Fonte: Associated Press.