A Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel realizou neste domingo a primeira missa após o massacre da última quarta-feira (17), que deixou nove mortos. Os fiéis rezaram e cantaram, enquanto uma multidão se aglomerava do lado de fora do templo. O culto foi acompanhado pela polícia, que fez a segurança do local, uma das congregações negras mais antigas dos Estados Unidos.

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“Tem sido difícil, tem sido duro. Alguns de nós estão realmente irados. Mas, através de tudo isso, Deus nos sustentou e nos encorajou. Não nos cansemos de fazer o bem”, disse o reverendo Norvel Goff, do 7º distrito da Igreja Metodista Episcopal Africana da Carolina do Sul. Ele foi escolhido para liderar a igreja após a morte do pastor e senador estadual Clementa Pinckney, que estava entre as vítimas do massacre. Um pano preto foi colocado na sua cadeira vazia neste domingo.

Na última quarta-feira, Dylann Roof, de 21 anos, participou por quase uma hora de um grupo de estudos da bíblia antes de abrir fogo contra os jovens negros, em um crime racial que chocou o país. Neste domingo, pastores de todos os cantos dos Estados Unidos pediram preces para as vítimas do massacre de Charleston. Para o novo comandante da igreja Emanuel, reabrir o templo tão pouco tempo após o trágico incidente “envia uma mensagem para todos os demônios no inferno e na Terra”.

Neste sábado, um site de apoio a Roof publicou fotos dele segurando uma bandeira dos EUA em chamas. Outra foto mostra ele segurando uma bandeira confederada, utilizada por estados sulistas pró-escravidão durante a Guerra Civil Americana e agora considerada por líderes dos direitos civis como um símbolo de segregação. O site revelou ainda um manifesto racista de 2,5 mil palavras com discursos de ódio contra negros e exaltação da “supremacia branca”. O texto termina com o autor dizendo que “terá de tomar medidas”. Segundo registros, a página foi criada em 9 de fevereiro e está hospedada na Rússia.

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Na noite deste domingo, uma manifestação de solidariedade deve ser realizada na ponte Arthur Ravenel, em Charleston. O político que dá nome à ponte defendia o uso da bandeira confederada e causou diversas polêmicas por suas falas de conteúdo racista.

Roof foi preso na quinta-feira (18). Segundo registros de tribunais locais, ele havia sido fichado por um crime relacionado a drogas e outro de invasão de propriedade em março e abril deste ano. Ele vivia na região de Columbia, capital da Carolina do Sul. Fonte: Associated Press.

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