Dezenas de milhares de iemenitas fizeram passeatas ao redor do país nesta sexta-feira, pedindo que o ex-presidente do país, Ali Abdullah Saleh, seja levado a julgamento pelas mortes de centenas de opositores e manifestantes desarmados na onda de protestos que começou há mais de dez meses. Saleh, que ficou no poder durante 33 anos, assinou um acordo que lhe garantiu imunidade judicial, em troca da renúncia.
No mês passado, Saleh transferiu os poderes para o vice-presidente e disse que pretendia viajar aos Estados Unidos para receber tratamento médico, por causa de feridas que sofreu durante um atentado a bomba em meados deste ano.
Muitos manifestantes são contra o acordo, apoiado pelos Estados Unidos e pelos países árabes do Golfo Pérsico, porque ele garante imunidade ao ex-mandatário e também não conduz a mudanças políticas mais radicais. “Saleh não terá a imunidade, não importa qual seja o preço a pagar”, disse o ativista Mahmoud Taha, que protestava nesta sexta-feira em Sanaa. Manifestantes carregavam cartazes com a foto de Saleh e a frase escrita: “Você não escapará da punição”.
Os protestos de hoje também pediam que antigos políticos do governo de Saleh fossem demitidos do atual governo de transição. Além das manifestações em Sanaa, ocorreram protestos semelhantes em outras 18 cidades iemenitas.
As informações são da Associated Press.