Iêmen inicia ação legal contra supostos terroristas

O Iêmen colocou o clérigo radical nascido no México, Anwar al-Awlaki, sob julgamento à revelia, acusando-o, assim como a outros dois homens, de tentar matar estrangeiros e participar da rede de supostos terroristas do grupo Al-Qaeda. Trata-se da primeira ação legal do Iêmen contra Anwar al-Awlaki, diante da enorme pressão que o país enfrenta para derrubar a rede de terror, após dois pacotes com explosivos terem sido interceptados em Dubai e no Reino Unido na semana passada.

O procurador Ali al-Saneaa anunciou que as acusações contra al-Awlaki são parte de um julgamento contra um outro homem, Hisham Assem, que foi acusado de matar um francês durante ataque em 6 de outubro contra complexo de uma empresa de petróleo onde trabalhava como segurança. Assem, de 19 anos, estava presente na Corte de Justiça, mas al-Awlaki e um terceiro suspeito, Osman al-Awlaki, foram acusados à revelia. A audiência foi feita sob forte esquema de segurança no centro de San’a.

Al-Awlaki, nascido no México, vive no Iêmen. As autoridades de investigação norte-americana dizem que mensagens eletrônicas comprovam sua ligação com o psiquiatra do Exército norte-americano acusado no ano passado de assassinatos em Fort Hood, no Texas. Eles dizem também que al-Awlaki ajudou a preparar o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, acusado de atentado a bomba em um avião no Natal, e que tem ligações com as bombas que falharam na Times Square.

Os Estados Unidos colocaram al-Awlaki na lista de terroristas procurados. Acredita-se que ele viva na região montanhosa do Iêmen, com seus familiares e líderes religiosos que acreditam que al-Awlaki não tenha ligações com o terrorismo. As autoridade do Iêmen dizem que não o entregarão aos Estados Unidos porque, como cidadão iemenita, deve ser julgado no país.

O procurador disse que Assem, que trabalhava como segurança na empresa de engenharia francesa SPIE, havia reconhecido ter recebido mensagens via internet de al-Awlaki, incitando-o a matar estrangeiros com os quais trabalhava. Assem, vestindo roupas de prisioneiro, disse que al-Awlaki o convenceu que os estrangeiros eram “ocupantes” e o enviou fitas de áudio com sermões justificando o assassinato de estrangeiros, afirmou o procurador. Assem negou todas as acusações e disse que foi torturado e forçado a dar falso testemunho. O procurador disse que Assem foi colocado em contato indiretamente com Anwar al-Awlaki por meio de e-mails que enviou para Osman al-Awlaki, primo do clérigo. As informações são da Associated Press.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo