Forças de segurança do Iêmen atacaram hoje vários esconderijos e campos de treinamento da Al-Qaeda, matando pelo menos 34 militantes, dentre eles quatro homens-bomba que planejavam realizar ataques no país e no exterior. Pelo menos 17 militantes foram detidos. Forças iemenitas estão sob pressão dos Estados Unidos para agir com mais ênfase contra a rede terrorista em seu território.

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Os militantes da Al-Qaeda, dentre eles combatentes que retornam do Afeganistão e do Iraque, estabeleceram santuários em meio a várias tribos iemenitas, particularmente em três delas que fazem fronteira com a Arábia Saudita, região conhecida como “triângulo do diabo” por causa da forte presença militante, segundo autoridades iemenitas.

As operações de hoje tiveram como objetivo atingir uma área da Al-Qaeda não muito longe da capital, Sanaa, e na província de Abyan, ao sul.

No sul, ataques aéreos seguidos por operações em terra tiveram como alvo um campo de treinamento onde 30 militantes morreram, disse Saleh el-Shamsy, oficial de segurança da província de Abyan. Outros funcionários de segurança e várias testemunhas disseram que civis também foram atingidos pela ofensiva do governo.

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Outras testemunhas falaram em condição de anonimato por temerem represálias. Os oficiais também pediram anonimato, porque não têm autorização para falar sobre o assunto. Dois hospitais da área relataram ter recebido 26 civis feridos, a maioria mulheres e crianças.

Nos confrontos ao nordeste da capital, um distrito chamado Arhab, forças do governo mataram quatro futuros suicidas e detiveram 17 militantes, informou o Ministério do Interior. “Esse indivíduos planejavam atacar escolas e locais de interesse do governo no país e no exterior”, revelou o Ministério sem maiores detalhes.

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Contexto

O Iêmen é um país pobre do sudoeste da península arábica e tem lutado com a crescente presença da Al-Qaeda de grupos extremismos islâmicos internos. Há anos, o governo tem cooperado de perto com os Estados Unidos na luta contra a Al-Qaeda, embora seus esforços tenham sido prejudicados por considerações políticas e tribais.

Além disso, o Iêmen tem uma localização estratégica. Está próximo de alguns dos mais importantes produtores de petróleo do mundo, como Arábia Saudita, e perto da Somália, onde se chega cruzando o Golfo de Áden, um país ainda mais tumultuado, onde os Estados Unidos afirmam que há militantes da Al-Qaeda.

O Iêmen também foi palco do mais dramático dos ataques pré 11 de setembro realizado pela Al-Qaeda. No ano 2000, um ataque suicida contra o destroier USS Cole matou 17 marinheiros norte-americanos.