Laszlo Csatary, ex-policial acusado em junho pelas autoridades húngaras de maltratar judeus e contribuir para que fossem deportados para campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, morreu no sábado aos 98 anos.

continua após a publicidade

Segundo seu advogado, Gabor Horvath B., ele morreu em consequência de uma pneumonia num hospital de Budapeste. Autoridades húngaras disseram que Csatary foi o chefe de um campo de confinamento para cerca de 12 mil judeus em Kosice, uma cidade eslovaca que na época pertencia à Hungria, em 1944. Ele espancava as pessoas regularmente com as mãos e com um chicote sem qualquer razão e também foi acusado de “participar ativamente” da deportação de milhares de judeus para Auschwitz e outros campos de concentração nazistas.

Segundo documentos da promotoria húngara, em 2 de junho de 1944, Csatary rejeitou o pedido de um dos prisioneiros para que fosse feito um buraco para ventilação no vagão de um trem, que seguia para um campo de extermínio e levava 80 pessoas. Csatary negava todas as acusações.

Csatary foi condenado à morte à revelia na Checoslováquia em 1948 por crimes de guerra semelhantes. No mês passado, um tribunal de Budapeste suspendeu o caso contra ele por causa da dupla penalização, já que as acusações feitas pela promotoria húngara eram semelhantes às de 1948. Os promotores húngaros apelaram e a decisão ainda não foi tomada.

continua após a publicidade

Recentemente, a Eslováquia alterou a condenação de 1948 para prisão perpétua, já que a pena de morte está proibida na União Europeia, e estudava um pedido de extradição para Csatary.

O caso envolvendo Csatary e seu paradeiro foram revelados em 2013 pelo Simon Wiesenthal Center, uma organização judaica que procura nazistas que ainda não foram levados a um tribunal.

continua após a publicidade

Em 1949, Csatary chegou à província canadense de Nova Scotia e tornou-se um cidadão canadense em 1955. Ele saiu do país em 1997, depois que foi descoberto que ele mentira sobre seu passado nazista para obter a cidadania e as autoridades preparavam uma audiência para decidir sobre sua deportação.

Efraim Zuroff, diretor do escritório em Jerusalém do Simon Wiesenthal Center, disse estar “profundamente desapontado” com a morte de Csatary antes de um possível julgamento na Hungria, onde ele viveu desde que saiu do Canadá. Segundo ele, o caso lança dúvidas sobre o compromisso da Hungria em punir criminosos de guerra. Fonte: Associated Press.