O grupo Human Rights Watch (HRW) afirmou ter coletado evidências de que aviões de guerra russos despejaram bombas de cacho sobre áreas civis da Geórgia. A Rússia negou a acusação. Em documento divulgado hoje, o grupo, com sede em Nova York, assegura que aviões de combate russos despejaram bombas de cacho que já causaram a morte de 11 civis e provocaram ferimentos em dezenas de pessoas na cidade de Gori e no povoado de Ruisi. O HRW exigiu da Rússia que pare de usar essas armas, que mais de cem países concordaram recentemente em colocar na ilegalidade.
O Ministério da Defesa da Rússia nega que tenha usado bombas de cacho, informou a agência de notícias Itar-Tass. Um funcionário não identificado da pasta alegou que o HRW teria coletado informações de testemunhas parciais.
Quando detonadas, as bombas de cacho liberam cápsulas explosivas menores a esmo em várias direções, o que aumenta as chances de civis serem atingidos. Além disso, muitas dessas cápsulas não explodem imediatamente, ficando dormentes por meses ou anos e ameaçando civis que circulam pelas áreas atacadas tempos depois do término dos conflitos nos quais esses armamentos foram empregados. Para piorar, as cores chamativas dessas cápsulas dormentes atraem a atenção de crianças, tornando-as vítimas comuns desses artefatos.
Em maio último, diplomatas de 111 países aprovaram um importante acordo internacional que proíbe o uso de bombas de cacho. O documento foi negociado na Irlanda e será assinado na Noruega no fim do ano. O pacto prevê que os signatários não usarão bombas de cacho, destruirão as que possuem hoje durante os próximos oito anos e financiarão programas para limpar campos de batalha onde haja cápsulas dormentes dessas bombas de fragmentação.