A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch acusou o governo do Zimbábue de usar o Exército e militantes do partido da situação para espalhar "terror e violência" contra os oposicionistas. As vítimas principais são os que são apontados como traidores do atual presidente do país, Robert Mugabe, segundo o grupo de defesa direitos humanos.

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Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (30), a entidade sediada em Nova York uniu-se a outros grupos que advogam em prol dos direitos humanos e a partidos oposicionistas, ao ligar a violência ocorrida desde o último mês às forças de segurança e aos chamados "veteranos de guerra" – grupos leais a Mugabe.

Tiseke Kasambala, uma pesquisadora do Human Rights Watch que voltou na segunda-feira (28) de uma viagem de campo ao Zimbábue, informou que os piores casos de violência ocorrem em tradicionais bastiões do partido de Mugabe. Nesses locais, eleitores têm se mostrado cada vez mais favoráveis ao oposicionista Movimento pela Mudança Democrática (MDC).

A violência "é uma forma de punição às pessoas que se voltaram contra o partido no poder", disse Tiseke. "O governo está na verdade mirando esses bastiões e algumas das áreas onde pensa que deveria ter vencido.

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Segundo Tiseke, a organização a que pertence recebeu nos últimos dias relatos de mais de 100 funcionários das seções eleitorais que foram detidos em uma província no leste do país. Para ela, isso é mais um indício de que o governo e seus partidários estão se vingando dos acusados de trair Mugabe.

A administração federal argumenta que os responsáveis pela violência são os oposicionistas. Mugabe tem sido acusado de usar a violência e intimidação desde 29 de março, quando o país teve eleições presidenciais.

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Observadores independentes apontam a vitória do líder do oposicionista MDC, Morgan Tsvangirai. Mas não com uma vantagem suficiente para evitar um segundo turno. Nenhum resultado oficial foi divulgado até agora.