O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, retomou sua caravana de reivindicações em busca de votos para as eleições do próximo domingo, dando esperança a milhares de eleitores que pedem que o Governo resolva seus problemas.
Depois de dias de campanha tranquilos, Chávez decidiu retomar suas caravanas na sexta-feira em Maturín, um dia depois em Guarenas, e no domingo em Cabimas. Agora, o presidente viaja para sua terra natal, Barinas, e deve finalizar sua viagem em Caracas, na quinta-feira, dia do encerramento de sua campanha eleitoral.
Centenas de pessoas comparecem aos atos de Chávez com a esperança de que seus pedidos cheguem ao presidente e que alguém encontre uma solução para eles.
Muitas horas antes da aparição de Chávez, as calçadas de Cabimas começam a abrigar centenas de chavistas vindos de diferentes pontos do estado petroleiro de Zulia.
Uma delas é Yomaini Batista, de 38 anos, que saiu de manhã de Maracaibo, capital do estado, para ir a Cabimas, em um trajeto de cerca de 30 quilômetros.
“Viemos ver o presidente e entregar uma carta”, disse Yomaini à Agência Efe, explicando que necessita que Chávez resolva um problema de moradia, referindo-se a uma casa que espera há tempos.
Perto dali, ministros e colaboradores de Chávez chegam aos poucos, o que é suficiente para que muitos comecem a fazer pedidos.
“Maripili, ajude minha filha!”, grita um homem entre o público. A ministra da Juventude, Maripili Hernández, ouve o pedido do alto de um caminhão, se abaixa e pega uma carta que um homem lhe entrega enquanto explica os problemas de sua filha.
Com a música a todo volume e um calor de 40 graus, Chávez faz sua aparição em meio a um peculiar espetáculo musical.
O presidente venezuelano, de 58 anos e que busca a terceira reeleição, começa a ser assediado por dezenas de seguidores que, portando cartas e pedidos, tentam chegar perto do presidente a qualquer custo.
Os cartazes são diversos, como o de um professor da missão educativa Robinsón que reclama de não receber salários há um ano e sete meses.
A marcha se torna um perigo em meio a desmaios, empurrões e mães segurando seus filhos para que Chávez os beije, tudo isso registrado com câmeras fotográficas e telefones celulares e ainda com a música ensurdecedora ao fundo.
“Isto é como a festa de São Benedito”, diz William, um estudante de segurança industrial de 26 anos.
Finalmente Chávez chega à tribuna principal e se junta ao grupo de músicos que entoam suas canções de campanha. Depois canta o hino nacional e começa seu discurso até que um grupo de seguidoras grita: “Chávez, nós amamos você”.
“Vocês me amam e saibam que eu os amo infinitamente”, responde o presidente, que prossegue sua alocução convocando-os às urnas em 7 de outubro para que possa seguir governando até 2020.
Nos arredores de Cabimas, muitos quilômetros além do ato de Chávez, quatro pessoas aguardam ao lado da estrada iluminada apenas pelas luzes da unidade educacional em que trabalham, mantendo um cartaz em mãos: “Vote em Chávez, coração da minha pátria”.