O líder do Sudão, Omar Bashir, procurado por genocídio, foi recebido com tapete vermelho hoje pelo presidente chinês, Hu Jintao, apesar das críticas de Washington e de grupos pelos direitos humanos. Os dois presidentes conversaram no Grande Salão do Povo, em Pequim, após uma calorosa cerimônia de recepção.
“Senhor Bashir, você é um convidado que viajou de longe, e nós o saudamos”, afirmou Hu em seus comentários iniciais, acrescentando que espera fortalecer as “relações tradicionalmente amigáveis” entre as duas nações. O líder sudanês agradeceu Hu, seu “amigo e irmão”, e também a recepção desde que chegou à China, ontem.
Bashir é procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade pelas atrocidades cometidas em Darfur, região no oeste sudanês onde morreram cerca de 300 mil pessoas desde 2003. A China, porém, segue apoiando Bashir, o primeiro chefe de Estado no poder a ter contra si um mandado de prisão do TPI.
Pequim pretende garantir seus investimentos no país africano. A China vende armas ao regime de Cartum e é a maior compradora do petróleo sudanês. A maioria dos poços, porém, fica no sul do Sudão, que se tornará independente a partir do próximo dia 9. Em entrevista à agência estatal Xinhua antes da visita, Bashir disse que a independência do sul “não afetará a relação” bilateral. A Anistia Internacional qualificou mais cedo neste mês a China como “um refúgio seguro para supostos autores de genocídio”, comentando a visita de Bashir. As informações são da Dow Jones.