Foto: Chuniti Kawamura/O Estado |
Hotel para cães Paradiso, em São José dos Pinhais, tem 86 canis para hospedar os animais deixados por seus donos. continua após a publicidade |
A posse de animais de estimação não é motivo para que as pessoas deixem de viajar nas férias, finais de semana e feriados prolongados. Nestes períodos, muitos proprietários de bichinhos – principalmente cães – se ausentam tranqüilamente após deixá-los hospedados em hotéis especiais para animais. Nesta temporada de verão, muitos estabelecimentos da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) estão lotados.
É o caso do hotel para cães Paradiso, que funciona há dez anos no município de São José dos Pinhais, nas proximidades da BR-277. O local recebe muitos cachorros de pessoas que seguem em direção ao litoral do Estado e preferem não levar seus animais. Porém, também hospeda bichinhos de proprietários que vão fazer viagens mais longas e não podem levar os companheiros devido à não aceitação da presença de animais pela grande maioria dos hotéis convencionais.
?O Paradiso surgiu justamente das dificuldades que os proprietários tinham para encontrar quem ficasse com seus cães durante períodos de viagens. Antigamente, eu criava cockers e notava que uma das principais preocupações de quem queria adquirir os animais era sobre o que fazer com eles nas férias. Então, comecei a abrigar os bichinhos de alguns clientes em minha casa e posteriormente acabei abrindo o hotel para cães?, conta a proprietária do estabelecimento, Sueli Nadalin.
Com 86 canis, o hotel de Sueli presta atendimento individualizado aos hóspedes animais. Os animais são mantidos sozinhos nos recintos (com exceção de cães de um mesmo proprietário), têm direito a banho de sol em gramado, caminhadas e brincadeiras com os funcionários do local. Quando é solicitado pelo dono, também tomam banho e passam por tosa. ?Tentamos fazer com que os hábitos do animal durante o período de estadia sejam os mais parecidos possíveis com os que ele tem no ambiente doméstico. Por exemplo, se o cão está acostumado a fazer suas necessidades em jornal, é colocado jornal em seu recinto. Se ele faz na grama, aqui também pode fazer em nosso gramado?.
Também para que o animal se familiarize mais rápido com o novo ambiente, o estabelecimento aconselha os donos a levarem para o hotelzinho camas, cobertores e brinquedos com os quais os bichinhos gostem de brincar. A ração também deve ser fornecida pelo proprietário, sendo dada aos animais no horário em que eles costumam recebê-la quando estão em casa. ?Pedimos para que os clientes tragam a ração porque não é aconselhável mudar os hábitos alimentares dos cães. Desta forma, cada cachorro recebe o alimento que já está acostumado a ingerir, o que evita problemas de saúde e também de adaptação ao hotel?, diz Sueli.
Quando chegam aos hotéis especiais, muitos cães que não são acostumados com os lugares ficam agitados e ansiosos diante das novidades. Depois de uns dois dias, quando percebem a nova rotina, começam a sentir falta dos donos. Neste período, podem ficar um pouco tristes e parar de comer. Porém, este tipo de comportamento é considerado normal e geralmente não dura mais do que três dias. No Paradiso, os proprietários ficam em contato direto com o hotel e são avisados sobre qualquer problema que possa surgir, tendo liberdade de dar opiniões e tomar decisões voltadas ao bem-estar dos bichinhos.
No que diz respeito a atendimento médico veterinário, o Paradiso solicita que seja deixado nome e telefone do profissional acostumado a atender o cão. Porém, em casos de emergência, conta com veterinário próprio, que também é o responsável técnico pelo lugar perante o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR). As diárias custam de R$ 17 (para cães pequenos) até R$ 25 (para cães grandes), mas podem variar conforme o tempo de hospedagem. Cães muito agressivos, que podem trazer problemas ao bom funcionamento do lugar, não são aceitos. Para todos os animais, é exigido que a carteira de vacinação esteja em dia e recomendada desvermifugação e medicação contra pulgas.
Gatos
O hotel para animais Lucca le Petit, no município de Campo Largo, também está repleto de clientes. Inaugurado há seis anos, o estabelecimento tem quarenta canis e, além de cães, também aceita hospedar alguns gatos. Porém, os felinos são recebidos com certa restrição. ?Pego apenas gatos conhecidos, com os quais eu sei lidar. É muito mais difícil hospedar gatos do que cães?, afirma a proprietária Eloiselena Costa Leite.
Segundo ela, os gatos são muito mais apegados à casa. Por isso, quando deixados em ambientes estranhos, se sentem acuados e, muitas vezes, ficam agressivos. ?No hotel, os gatos precisam ainda mais de atenção do que os cães. Muitos ficam estressados, arranham, mordem e tentam fugir. Ganham colo, mas não podem ser deixados soltos.?
Assim como no Paradiso, os animais deixados no Lucca le Petit recebem atendimento individualizado (que incluem passeios de duas a três vezes ao dia) e devem ter a carteira de vacinação completa, ser desvermifugados e receber medicação contra pulgas. Embora dê preferência aos serviços prestados pelo veterinário de cada animal hospedado, o local também conta com profissional próprio para situações de emergência. Tem diárias que variam de R$ 14 a R$ 18 para cães e de R$ 10 para gatos.
Usuários aprovam o serviço de hospedagem
Foto: Chuniti Kawamura/O Estado |
O professor universitário Setsuo Iwakiri conta que deixa seu cão hospedado num hotel desde 2001. |
Quem está acostumado a deixar seus bichinhos nos hotéis especiais garante que os estabelecimentos são uma ótima opção. É o caso do professor universitário Setsuo Iwakiri, proprietário de Boris, um poodle de 12 anos de idade.
?Deixo o Boris hospedado num hotel para cães desde 2001. Recentemente, ele ficou onze dias no lugar, pois tive que viajar para Porto Alegre (RS) e o local onde me hospedei não aceitava animais?, comenta. ?Nunca deixei de viajar em função do Boris. Nos primeiros dias no hotelzinho, ele sente minha falta, mas depois acostuma.?
A publicitária Claudia Cândido, dona dos schnauzers Quick e Gaya, passou as festas de final de ano na Bahia. Por morar sozinha em Curitiba, ela não tinha com quem deixar os cães. Então, também acabou optando por um hotelzinho. ?Tenho total confiança nas pessoas que trabalham no estabelecimento e muita segurança em deixar Quick e Gaya no local. Sinto que eles gostam de lá e nunca tive problemas?, declara.