O presidente hondurenho, Manuel Zelaya, afirmou que é irreversível sua decisão de converter, num prazo de dois meses, a base aérea norte-americana de Palmerola em aeroporto civil. "Minha decisão é totalmente irreversível, por convicção humana e para buscar uma solução para esta capital", afirmou Zelaya durante entrevista coletiva.
Quatro dias antes, um avião da empresa Taca não conseguiu pousar corretamente na pista de Toncontín, em Tegucigalpa. No acidente, morreram cinco pessoas – entre elas a embaixatriz brasileira em Honduras, Jeanne Chantal Neele – e ferindo outras 65.
"Eu expus pessoalmente há dois anos essa posição ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e ele me respondeu: "Nós não temos nenhum problema com respeito a isso, presidente, você pode agir imediatamente e fazer (a transferência)", relatou Zelaya.
O presidente afirma que a conversão da base trará mais segurança à aviação comercial na capital hondurenha. "Com essa determinação só pretendemos salvar vidas humanas", garantiu. Zelaya informou que a Agência Internacional de Aviação Civil chegará na próxima semana a Honduras, para analisar o fechamento de Toncontín – considerado um dos aeroportos mais perigosos do mundo.
Em entrevista, o embaixador dos EUA em Tegucigalpa, Charles A. Ford, disse: "Fiquei sem palavras quando escutei na sexta-feira que Honduras desejava converter em aeroporto civil a (base) Palmerola". Ainda assim, o norte-americano disse que os "Estados Unidos são hóspedes de Honduras, que pode usar a base para a chegada de aviões comerciais quando julgar conveniente".
Construída em 1958, a pista de Toncontín tem apenas 1.852 metros de extensão, com obsoletos equipamentos de navegação e várias montanhas no entorno. A soma desses fatores faz do local uma das pistas mais perigosas do mundo.