Honduras levanta 5 das 6 acusações contra Zelaya

Sob forte pressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), a Justiça hondurenha aceitou levantar cinco das seis acusações que pesam contra o ex-presidente Manuel Zelaya. A decisão é mais um passo em direção à volta do líder deposto a Honduras – precondição imposta por países como Brasil, Argentina e Venezuela para normalizar as relações bilaterais e readmitir Tegucigalpa na OEA. Eleito em novembro, o presidente de Honduras, Porfírio “Pepe” Lobo, diz que o deposto pode retornar “quando quiser”. Zelaya, porém, teme que a Justiça ordene sua prisão assim que ele pisar país.

Em condição de anonimato, uma autoridade hondurenha disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a pressão da OEA fez o Judiciário hondurenho recuar em praticamente todas as acusações contra o deposto – a maioria delas formalizadas antes do golpe. A única que restou diz respeito à decisão de Zelaya de retirar dinheiro do Banco Central para pagar a conta da consulta popular que ele insistia em realizar. Desautorizada pela Suprema Corte e pelo Congresso, a votação abriria caminho para uma Constituinte e foi o estopim da crise.

Um golpe de Estado derrubou o presidente Manuel Zelaya em junho de 2009, quando ele tentava aprovar uma Constituinte, que havia sido vetada pelo Congresso e pela Justiça. Em 21 de setembro, Zelaya voltou ao país e buscou abrigo na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

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