O físico John A. Wheeler, que teve um papel fundamental na criação da bomba atômica e, mais tarde, batizou o fenômeno espacial conhecido como "buraco negro", morreu aos 96 anos.

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Wheeler, que durante muitos anos lecionou na Universidade Princeton, morreu no domingo (13), em casa, disse a filha dele, Alison Wheeler Lahnston.

O cientista conviveu com gigantes como Albert Einstein e Niels Bohr. "Para mim, ele era o último dos titãs, o único super-herói da física que continuava em pé", disse o cientista do MIT Max Tegmark, ao New York Times.

Nascido em 1911, Wheeler tinha 21 anos quando recebeu o doutorado em física da Universidade Johns Hopkins. Em meados dos anos 30, foi à Dinamarca para estudar com Niels Bohr.

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Em 1939, com a guerra ameaçando a Europa, Bohr chegou aos EUA com a notícia de que cientistas alemães haviam conseguido partir o átomo. Trabalhando em Princeton, Bohr e Wheeler esboçaram uma teoria de como a fissão nuclear operaria.

Na 2ª Guerra Mundial, Wheeler tomou parte no Projeto Manhattan, o grupo de cientistas encarregado de criar uma bomba atômica para os Estados Unidos.

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Diferentemente de colegas que se arrependeram do trabalho depois que as bombas foram usadas contra o Japão, Wheeler lamentava que a bomba não tivesse ficado pronta a tempo de apressar o fim da guerra na Europa. Ele perdeu um irmão em combate na Itália, em 1944. Mais tarde, Wheeler ajudou Edward Teller a criar a bomba de hidrogênio.

O nome "buraco negro" – dado a um objeto tão denso que nem a luz consegue escapar de sua gravidade – surgiu em uma conferência em 1967.

Wheeler fez o nome pegar depois que alguém o sugeriu no lugar de "astro em total colapso em decorrência de gravidade". "Depois de dizer isso umas dez vezes, você começa a procurar desesperadamente por algo melhor", disse ele ao Times.

Entre os alunos de Wheeler esteve o futuro ganhador do Nobel de Física Richard Feynman.

Wheeler havia perdido a mulher, Janette, com quem estivera casado por 70 anos, em outubro. Deixa três filhos, diversos netos e bisnetos.