A Promotoria da Alemanha acusou formalmente hoje o funcionário aposentado do setor automotivo dos Estados Unidos John Demjanjuk pelo envolvimento no assassinato de 27.900 pessoas em um campo de concentração nazista. O tribunal de Munique precisa agora decidir se aceita as acusações, tipicamente uma formalidade, para definir a data do julgamento. A porta-voz do tribunal, Margarete Noetzel, disse que é pouco provável que o julgamento ocorra antes do segundo semestre. Acredita-se que será um dos maiores tribunais de crimes de guerra dos últimos anos.
Demjanjuk, nascido na Ucrânia, chegou a ser condenado à morte em Israel, mas foi absolvido pela Suprema Corte do país, em 1993, das acusações de que era “Ivan, o terrível” do campo de concentração de Treblinka, na Polônia. Agora, aos 89 anos, ele é acusado de ter sido parte de uma máquina de guerra em outro campo polonês, no de Sobibor.
O processo formal que relaciona seu suposto período de trabalho como guarda em Sobibor, em 1943, foi aberto cerca de dois meses depois de Demjanjuk ter chegado à Alemanha depois de uma extensa mas infrutífera batalha para evitar sua deportação dos Estados Unidos. “O esforço para trazer Demjanjuk à Justiça envia a mensagem de que a passagem do tempo não diminui a culpa do criminoso”, disse o caçador de nazista Efraim Zuroff, do Simon Wiesenthal Center.