Um homem de 54 anos admitiu ter abusado sexualmente de mais de 100 crianças e adultos com problemas mentais em casas de repouso localizadas na Suíça e na Alemanha, durante quase três décadas.
A polícia suíça descreveu o caso como sem precedentes. As agressões ocorreram em nove diferentes casas de repouso onde o homem, cuja identidade não foi revelada, trabalhou como terapeuta desde 1982, informou a polícia do Cantão (Estado) de Berna. A polícia identificou 122 das vítimas, sendo que a mais nova tinha 1 ano na data do crime. Quarenta e duas vítimas tinham mais de 18 anos.
O homem foi detido em abril de 2010 e está na cadeia desde então, mas as autoridades divulgaram detalhes do caso somente hoje para evitar que as investigações fossem prejudicadas pela imprensa, afirmou a polícia.
A chefe da unidade de investigação especial da polícia de Berna, Gabriele Berger, disse, em coletiva de imprensa, que as evidências contra o homem incluem fotografias e horas de gravações. Ela afirmou que o homem selecionava suas vítimas deliberadamente e que em muitas ocasiões escolhia pessoas que não eram capazes de falar.
O caso foi descoberto em março, depois que dois internos do sexo masculino de uma casa de repouso informaram seus pais sobre o contato sexual com o terapeuta.
O homem foi posteriormente detido em sua casa em Bernese Oberland, região central da Suíça. Segundo a polícia, ele tem cooperado com as investigações desde que foi preso e se descreve como pedófilo.
O homem admitiu ter abusado sexualmente de 114 pacientes com problemas mentais, alguns dos quais também apresentavam limitações físicas. Ele admitiu ainda oito tentativas de abuso, disseram as autoridades.
A maioria das vítimas era do sexo masculino. A maioria dos casos ultrapassa o estatuto de limitações, informou a polícia. Pela lei suíça, o homem só pode ser processado por 33 crimes.
“Uma das questões centrais desta investigação é como tal nível de abusos pôde passar despercebido por tanto tempo”, disse Berger. O homem já havia sido investigado por abusos sexuais em 2003, mas a acusação não foi adiante por conflitos de provas, disse ela, afirmando que esse caso será reaberto. As informações são da Associated Press.