O presidente da França, François Hollande, nomeou uma equipe de governo menor, que contará com Ségolène Royal e outros nomes fortes do Partido Socialista para desempenhar o papel delicado de colocar em prática uma agenda pró-negócios e ao mesmo tempo negociar metas orçamentárias com a União Europeia.

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Vem crescendo a pressão para que Hollande retome as iniciativas depois de os socialistas terem sido derrotados nas eleições municipais realizadas no último fim de semana, nas quais ele perdeu 155 das maiores cidades francesas, uma tradicional base de poder da esquerda.

No entanto, o plano de Hollande – reduzir os gastos públicos para financiar isenções fiscais para empresas – está se tornando impopular entre a ala mais esquerdista de seu partido e pode ser mais desafiador com uma maioria parlamentar pequena e fracionada. O Partido Verde, que fez parte do governo anterior, se recusou a entrar na nova equipe liderada pelo recém-nomeado primeiro-ministro Manuel Valls.

A equipe de 16 ministros do novo governo – menos que os 20 anteriores – inclui Laurent Fabius, que permanece no cargo de Ministro de Relações Exteriores, e Michel Sapin, que saiu do Ministério do Trabalho para se tornar ministro de Finanças e Orçamento, um posto que ele ocupou durante o governo do presidente socialista François Mitterrand.

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Hollande deu o Ministério de Energia e Ambiente para Ségolène Royal, a mãe de seus quatro filhos e companheira por 29 anos. Royal, que perdeu a batalha presidencial para Nicolas Sarkozy em 2007, repetidas vezes criticou os fortes aumentos de impostos e pediu mudanças profundas na política do governo.

Em um sinal de que Hollande precisa dos esquerdistas de seu partido para seguir adiante com seus planos, o ministro da Indústria, Arnaud Montebourg, foi mantido no cargo com poderes mais amplos e Benoît Hamon foi promovido de assistente do Ministério de Relações de Consumo a ministro da Educação.

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O Partido Socialista sozinho tem apenas uma maioria de um assento na Assembleia Nacional. Integrantes do Partido Verde dizem que continuam sendo aliados da maioria, mas não deram garantias de que apoiarão o governo em um voto de confiança previsto para a próxima terça-feira. No Senado, a grande derrota nas eleições municipais provavelmente fará o Partido Socialista perder a maioria quando os novos representantes locais votarem para renovar um terço da Casa, em setembro, segundo analistas. Fonte: Dow Jones Newswires.