O movimento xiita libanês Hizbollah afirmou hoje por meio de um comunicado que se opõe a uma interferência estrangeira na investigação sobre o assassinato do chefe da inteligência libanesa, na sexta-feira passada. O modelo de tribunais internacionais foi usado, por exemplo, em 2005, para apurar a morte do ex-premiê Rafik Hariri.
O regime sírio manteve tropas no Líbano durante décadas por conta da guerra civil no país. A retirada ocorreu em 2005, logo após o assassinato de Hariri, em um ataque a carro-bomba. Naquela época, Hariri era o maior opositor da ocupação síria no país. O júri da ONU, sediado na Holana, acusou quatro integrantes do Hizbollah pela morte de Hariri e outras 22 pessoas.
“Qualquer tentativa de dar uma dimensão internacional a esse caso não ajuda”, disse o vice-líder do Hizbollah, xeque Naim Kassam.
Wissam al Hassan, o chefe da inteligência libanesa que foi morto na sexta-feira, em um ataque a carro-bomba no centro de Beirute -o primeiro da capital desde 2008-, era conhecido oponente do envolvimento do Líbano com a guerra civil no país vizinho.
Era também aliado pessoal de Hariri e ajudou no levantamento de provas que envolveram o Hizbollah no caso.
Desde o assassinato de Hassan, a violência sectária voltou a eclodir no Líbano entre os xiitas, que apoiam o sírio Bashar Assad, que é alauita, e os sunitas, que apoiam os rebeldes que lutam há 19 meses pela deposição do ditador.
Ontem, pelo menos quatro pessoas morreram e 15 ficaram feridas em trocas de tiros durante a madrugada na cidade libanesa de Trípoli.