Pressionada a escolher entre o apoio ao aliado estratégico no mundo árabe ou a luta pela democracia em um regime ditatorial, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, alertou o Egito a moderar a repressão aos protestos de rua e a permitir manifestações pacíficas.
O governo americano evitou ser colocado ao lado do presidente Hosni Mubarak e contra os opositores que pedem o fim do regime ditatorial. Questionado por repórteres sobre se o presidente Barack Obama ainda apoiava Mubarak, que há 30 anos se mantém no poder, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, foi evasivo: “O Egito é um forte aliado”. Mubarak esteve na Casa Branca quatro meses atrás e atuou como um dos principais articuladores do plano de Obama para aproximar palestinos e israelenses.
Hillary defendeu que os protestos são uma “oportunidade” para o Cairo. “Estamos especialmente esperançosos de que o governo egípcio use essa oportunidade para adotar reformas políticas, econômicas e sociais que respondam aos interesses legítimos da população.” As declarações da número 1 da diplomacia de Washington foram feitas durante encontro com Nasser Judeh, o chanceler da Jordânia, outra autocracia árabe. Hillary pediu a líderes egípcios mais espaço para demonstrações de discórdia, além de medidas duras contra a pobreza e o desemprego.