A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, desafiou os russos a abrirem seu sistema político e a aceitar a diversidade e a dissidência, afirmando que o tipo de pensamento da Guerra Fria pode limitar o sucesso do país no século 21.
“Numa sociedade inovadora, as pessoas precisam se sentir livres para tomar posições impopulares, discordar do senso comum, saber que estão seguras para desafiar os abusos das autoridades”, disse Hillary a cerca de 2 mil estudantes da Universidade Estatal de Moscou.
“É por isso que ataques a jornalistas e a defensores dos direitos humanos aqui na Rússia são uma grande preocupação: porque são uma ameaça ao progresso”, disse.
Ela enfatizou aos estudantes que o sucesso da Rússia depende da vontade de cultivar liberdades fundamentais, dente elas a liberdade de participar do processo político.
“Os cidadãos precisam ter o poder para ajudar a formular as leis sob as quais vivem. Elas precisam saber que seus investimentos de tempo, dinheiro e propriedade intelectual serão assegurados pelas instituições do governo.”
Ao final, ela disse que espera que russos e norte-americanos se comportem como parceiros. “Eu escolhi a parceria e eu escolhi deixar de lado o fato de ter sido uma criança da Guerra Fria. Eu escolhi ir além da retórica e da propaganda que veio do meu governo e do de vocês”, disse ela.
Sua mensagem parece ter tido, em parte, o objetivo de conter os temores de liberais democratas russos de que os Estados Unidos não manteriam seu apoio ao Kremlin, com o retrocesso da democracia e dos direitos humanos, em troca da cooperação russa no Irã e no Afeganistão.
Logo depois viajou para Kazan, a capital da república autônoma da Tartária. As reuniões informais, que encerram uma visita de cinco dias à Europa, tiveram como objetivo ajudar a redefinir as relações entre Estados Unidos e Rússia.