Hillary defende reaproximação com a América Latina

A futura secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, prometeu na terça-feira (13), durante sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado, uma reaproximação do país com a América Latina. “Voltaremos a iniciar uma enérgica colaboração com a América Latina em busca de um melhor entendimento e uma relação mais profunda com os países da região”, disse. Segundo Hillary, os americanos têm interesses políticos, econômicos, estratégicos e laços culturais com os “amigos ao sul”. Ela citou especificamente um pedido do presidente eleito Barack Obama para o compartilhamento de tecnologia e investimentos em energia renovável.

“Esperamos trabalhar em muitos temas durante a Cúpula das Américas”, disse, referindo-se ao encontro de abril em Trinidad e Tobago – o primeiro contato de Obama com os presidentes da região. Hillary disse que Obama deseja “um maior entendimento e compromisso” com Caribe, América Central e América do Sul.

Segundo Hillary, o governo de Obama pretende acabar com as restrições para o envio de dinheiro e de viagens de americanos de origem cubana que pretendam visitar seus parentes em Cuba. “Os cubano-americanos são os melhores embaixadores da democracia, da liberdade e da economia de mercado.”

Smart Power

Hillary defendeu o uso do “poder inteligente” (smart power, na expressão em inglês) – conjunto de ferramentas diplomáticas, econômicas, militares, políticas, legais e culturais -, a volta da diplomacia e a cooperação com aliados como focos principais da política externa do presidente Barack Obama. Para combater as ameaças e desfrutar das oportunidades em um mundo interdependente, observou a senadora, “diplomacia é um trabalho duro, mas quando trabalhamos duramente, a diplomacia funciona”.

Ela observou que “os EUA não podem resolver os problemas mais urgentes do mundo, e o mundo não pode resolvê-los sem a América”. Por isso, é preciso planejar e implementar soluções globais. “O presidente eleito e eu acreditamos que a política externa deve ser baseada num casamento de princípios e pragmatismo, e não em rígida ideologia; em fato e evidência, e não em emoção e preconceito”, disse. Para Hillary, as ameaças à segurança nos EUA não podem ser combatidas com isolacionismo: “O poder inteligente requer que busquemos tanto nossos amigos quanto nossos adversários, para fortalecer velhas alianças e forjar novas.”

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