A campanha de Hillary Clinton acusou a do rival Barack Obama de estar fazendo ?falsas declarações de vitória?. Em um memorando intitulado ?Missão cumprida? Não tão cedo?, o diretor de comunicações de Hillary, Howard Wolfson, criticou o plano de Obama de declarar-se o indicado dos democratas hoje, após as primárias de Oregon e Kentucky.
?Dentro das regras do comitê nacional democrata, não será possível que o senador Obama declare vitória. Ele não terá nem 2.210 delegados (o número necessário, caso Flórida e Michigan sejam incluídos no processo) nem 2.025 (número que não leva em conta os dois Estados)?, disse Wolfson.
?Isso não está nem perto de acabar. Nenhum de nós terá o número necessário de delegados para conseguir a indicação?, disse Hillary ontem em comício no Kentucky. ?Não vamos ter um indicado hoje. Nem amanhã. Nem depois de amanhã.
A campanha de Obama recuou de seu plano inicial de anunciar vitória nesta terça-feira (20) à noite. Com a votação desta terça, o senador deve ultrapassar a marca dos 1.627 delegados eleitos, o que lhe garantiria a maioria dos representantes. Embora não tenha os 2.025 necessários para a nomeação, ele contaria com o apoio dos superdelegados para atingir esse número, uma vez que muitos deles já declararam que votarão no candidato que conseguir o maior número de delegados nas primárias. Obama resolveu fazer uma comemoração mais sutil, para não irritar os eleitores de Hillary. ?Não queremos despertar animosidade entre os eleitores de Hillary?, disse um assessor do senador.
No domingo, em Portland, Oregon, Obama reuniu 75 mil pessoas em seu comício – um recorde. Anteriormente, o maior tinha sido na Filadélfia, com 35 mil. De acordo com as pesquisas, o senador é o favorito para vencer no Estado, com 10 pontos porcentuais de vantagem. Hillary, por seu lado, deve derrotá-lo com facilidade no Kentucky.