O grupo xiita libanês Hezbollah denunciou nesta quarta-feira que o polêmico filme sobre o islã e a vida do profeta Maomé, supostamente produzido nos Estados Unidos e considerado ofensivo pelos muçulmanos, procura provocar tensões entre os cristãos coptas e os maometanos no Egito.
“Trata-se de um ato suspeito, apoiado por extremistas coptas (cristãos egípcios) e judeus, com o objetivo de alimentar o ódio e aumentar a tensão entre muçulmanos e coptas no Egito, além de prendê-los nessa luta maldita”, afirmou o grupo xiita em comunicado.
Segundo o Hezbollah, “essa gravação imoral transmite o maior grau de agressividade contra um dos direitos mais nobres do homem, o de respeito a suas crenças e valores sagrados”.
“Esses atos refletem as políticas estabelecidas e que não têm uma personalidade individual. Mostra a verdadeira postura da aliança sionista-americana em direção ao islã e aos muçulmanos”, acrescentou o movimento xiita em comunicado.
Além de rejeitar o conteúdo do filme, o Hezbollah também pediu aos organismos internacionais e às organizações de direitos humanos que reajam perante estas “repetidas violações”. Segundo o grupo xiita libanês, a ONU deveria estipular leis para criminalizar atos como este.
A gravação, que foi postada no You Tube e possui 14 minutos de duração, contém cenas da vida do profeta, que, por sua vez, é apresentado como fruto de uma relação ilegítima e ainda aparece praticando sexo com uma mulher.
Até o momento, a autoria do filme segue indefinida, já que enquanto a imprensa egípcia afirma que a produção poderia ter sido feita por coptas residentes nos EUA, a imprensa internacional aponta que o vídeo é de um produtor israelense-americano que vive na Califórnia.
A divulgação do filme citado gerou inúmeros protestos, incluindo o da noite de ontem em Benghazi (Líbia), que terminou com um violento ataque contra o consulado dos EUA na Líbia. Neste ataque, o embaixador americano, Christopher Stevens, morreu e outros três funcionários ficaram feridos.
Ontem, a embaixada americana no Cairo também foi alvo de intensos protestos. Na ocasião, um grupo de pessoas, a maioria salafistas, escalou o muro do complexo diplomático e arrancou a bandeira dos EUA do local e, no lugar, colocaram uma outra negra com a “shahada”, a profissão de fé do islã.