O primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, disse nesta segunda-feira que continuará em seu posto, apesar de perder popularidade em pesquisas e dos crescentes pedidos em seu próprio partido para que renuncie. Há, porém, incertezas sobre se os dirigentes partidários permitirão que ele continue como premiê do país. “Eu entendo quão duras estão as coisas, mas eu tenho que me esforçar mais”, disse Hatoyama a jornalistas. “Eu quero trabalhar para o povo japonês.”
O futuro de Hatoyama é incerto, pois seus comentários não necessariamente refletem a posição dos caciques do Partido Democrático do Japão (PDJ). O primeiro-ministro tem sido criticado pelo modo como lidou com a tentativa de mudar de local uma base militar dos Estados Unidos no Japão, e também por uma série de escândalos recentes de financiamento político.
Em um encontro de lideranças do PDJ, com a presença de Hatoyama, no fim desta segunda-feira (horário local), os dirigentes presentes concordaram em deixar o assunto para um encontro entre as três mais importantes lideranças do partido, marcado para o fim da terça-feira. O trio é formado pelo próprio Hatoyama, pelo secretário-geral Ichiro Ozawa e por outro graduado funcionário, Azuma Koshiishi.
O Japão tem eleições marcadas para a Câmara Alta em julho. Os parlamentares do PDJ que desejam se reeleger tem pressionado mais pela renúncia do primeiro-ministro, preocupados com o custo político de mantê-lo no posto. O controle de Hatoyama sobre o partido parece diminuir, conforme seu governo perde apoio popular. Na semana passada, o governo desistiu da promessa de campanha do PDJ de retirar a base norte-americana da ilha de Okinawa, no sul do país. A aprovação da Hatoyama caiu para 19,1%, um recorde negativo, na sondagem da agência Kyodo divulgada no fim de semana.
Em outro problema para o PDJ, o Partido Social-Democrata anunciou que estava deixando a coalizão de governo, por causa da questão da base norte-americana. Os social-democratas são uma sigla pequena, mas têm apoio constante entre os eleitores de esquerda japonesa, o que o PDJ via como um trunfo para as eleições. O apoio abaixo dos 20% é em geral interpretado no Japão como um sinal de que o primeiro-ministro deve renunciar. Governos anteriores não duraram muito tempo, quando o apoio deles ficou nesse patamar. As informações são da Dow Jones.