O governo do Hamas na Faixa de Gaza começou sua primeira semana de volta ao trabalho neste domingo (25), operando a partir de escritórios provisórios, já que a maior parte dos edifícios administrativos foram bombardeados pelos recentes ataques israelenses. O grupo militante palestino se prepara para novas negociações com o Egito sobre a consolidação de um cessar-fogo com Israel.
O Hamas afirmou que vai distribuir US$ 52 milhões em ajuda para as pessoas afetadas pela ofensiva de três semanas de Israel contra o grupo, que devastou Gaza. As compensações em dinheiro para perda de parentes ou pela destruição de casas virão de fundos próprios, afirmou o Hamas, até que a ajuda prometida por doadores internacionais possa chegar. Parte da ajuda já começou a ser dada nos últimos dias, mas o Hamas disse que a distribuição formal começar hoje.
Altos líderes do Hamas permanecem escondidos, aparentemente temendo um ataque israelense mesmo com o cessar-fogo. No entanto, autoridades do Hamas de nível mais baixo puderam ser vistas trabalhando neste domingo, algumas vezes usando mesas próximas às ruínas dos escritórios destruídos. Pela manhã, o chefe de segurança nacional do Hamas, general Hussein Abu Athra, assinou ordens sobre o capô de seu carro, perto do local onde funcionava seu escritório.
Uma delegação do Hamas deverá começar a conversar com autoridades do Egito hoje sobre meios de reabrir a fronteira, fechada desde que o grupo palestino tomou o controle de Gaza, em junho de 2007. A questão é importante para preservar o cessar-fogo. Além disso, Israel, Estados Unidos e Egito estão tentando elaborar acordos de segurança para garantir que o Hamas não contrabandeie armas para dentro de Gaza depois de uma abertura da fronteira.
O porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum, afirmou que as discussões vão tratar de um acordo de cessar-fogo detalhado. “Não vamos aceitar menos do que abrir as fronteiras e suspender as sanções”, disse Barhoum.