Haiti tem história de turbulências políticas e pobreza

Colônia da França no Caribe, o Haiti era mais uma peça do sistema mercantilista da Idade Moderna. A ilha, atingida ontem por um terremoto de 7 graus na Escala Richter, era grande produtora de açúcar, enquanto consumia os produtos e engordava o caixa da metrópole. Porém, na esteira da Revolução Francesa de 1789 começaram as movimentações pela libertação do Haiti.

A singularidade do país está no fato de que a independência foi conseguida por um movimento de escravos, tendo à frente o líder negro Toussaint Louverture, em 1804. Nascia então a primeira república negra do mundo. Após a prisão de Louverture por tropas francesas, Jean-Jacques Dessalines passou a liderar a nação e ajudou a consolidar a independência.

O Haiti permaneceu em boa medida isolado durante o século XIX pelas potências europeias que não queriam encorajar rebeliões de escravos em outros pontos. Entre 1915 e 1934, a ilha foi dominada por fuzileiros norte-americanos, durante uma ocupação dos Estados Unidos. Um período trágico da história haitiana ocorreu entre 1957 e 1986, época de domínio do ditador François Duvalier, o “Papa Doc”, sucedido em 1971 por seu filho Jean-Claude Duvalier. O chamado “Baby Doc” foi deposto em 1986, pondo fim ao período repressivo.

Pobreza

País de 9 milhões de habitantes, o Haiti apareceu no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) relativo a 2008 na 148ª posição, sendo a nação mais pobre das Américas. Com uma expectativa de vida de 60,78 anos e analfabetismo atingindo 52,9% da população, segundo o site CIA World Factbook, a ilha tem enfrentado instabilidade política crônica.

Em 2004, o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto. Para controlar a situação tensa, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou o envio de uma força de mantenedores de paz, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). Liderada pelo Brasil, a força tem atualmente 7 mil homens, sendo 1.266 brasileiros.

No ano passado, o Haiti foi ainda bastante afetado por furacões e tufões, que destruíram parte da já combalida infraestrutura local. Foi ainda um dos mais atingidos pelas altas recentes nos preços dos alimentos por todo o mundo, o que provocou uma série de protestos da população local em 2008. As informações são da Dow Jones.

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