O Haiti vive a possibilidade de enfrentar um surto de malária após o terremoto de 12 de janeiro, de acordo com uma avaliação obtida hoje pela agência de notícias “AFP”. “É muito provável que a incidência da malária aumentará na esteira do desastre”, disse Fiona Place, pesquisadora na analista britânica de riscos Maplecroft e co-autora do índex de risco da malária.

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“A superlotação nos campos para os refugiados, abrigos e saneamento inadequados, instalações médicas sobrecarregadas, sistemas de esgotos rompidos – todos esses fatores dão condições favoráveis para produzir os vetores da malária”, disse Place à “AFP”.

O uso improvisado de recipientes abertos para coletar água das chuvas também facilita para que os mosquitos que carregam a doença se multipliquem. Conter o surto de malária dependerá, em parte, em quão rápido as agências de auxílio poderão prover inseticidas, distribuir remédios e suprimentos e montar unidades básicas de saúde, ela acrescentou.

A disenteria, a dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos, bem como a tuberculose, a influenza e outras infecções respiratórias presentes no Haiti, têm uma ampla capacidade de se espalhar entre os fracos e com a saúde prejudicada, que vivem nas ruas ou em quartos apinhados, dizem os especialistas.

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O índice Maplecroft lista mais de 100 países mais afetados pela malária, baseado em dez critérios, incluídos o número de casos, mortes de crianças com menos de cinco anos e distribuição de remédios.

Cruz Vermelha

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A Cruz Vermelha Internacional espera retomar hoje a distribuição de itens de auxílio na capital haitiana, após ter sido forçada a suspender a entrega dos produtos em meio aos riscos de confrontos.

Uma equipe “que estava encarregada da distribuição de itens não alimentícios, como utensílios de cozinha, teve que se retirar devido à intensa tensão no distrito de Delmas” no noroeste de Porto Príncipe, disse Marçal Izard, porta-voz do comitê internacional da Cruz Vermelha em Genebra. “A equipe tentará novamente nesta terça-feira”, disse.

Riccardo Conti, que gerencia as operações da Cruz Vermelha no Haiti, disse que as tensões eram “compreensíveis dada a extrema dificuldade que as pessoas que perderam tudo enfrentam” no país caribenho.

As informações são da Dow Jones.