A população do Haiti está se esforçando para entender se e onde pode votar nestas eleições presidenciais, em meio às preocupações sobre violência política e a epidemia de cólera. A eleição é neste domingo e a abertura das urnas estava prevista para as 9 horas, no horário do Brasil. Mas 40 minutos depois, os mesários ainda estavam organizando a situação. Apenas 20 pessoas esperavam para a abertura de um local central de votação na cidade de Cap-Haitien. Um início lento em um países amplamente rural, onde a população tende a levantar cedo.
No Senado, 96 candidatos disputam 11 cadeiras e mais de 800 estão buscando 99 cadeiras na Câmara. O foco, no entanto, é a eleição presidencial, com 19 candidatos. O candidato do presidente René Préval, Jude Celestin, chefe da empresa estatal responsável pela reconstrução do país. Os resultados iniciais das eleições não devem ser conhecidos até 7 de dezembro.
A campanha de Celestin incluiu aviões com faixas mostrando seu nome e jogando panfletos. Uma mensagem de texto enviado para celulares no país, no sábado, resumia a mensagem central da campanha do candidato: “Vamos garantir estabilidade”.
Algumas pesquisas de opinião, no entanto, colocam Mirlande Manigat, ex-primeira-dama do Haiti e com de 70 anos de idade, é avaliada como uma candidata mais popular que Celestin. O músico Michel “Sweet Micky” Martelly atrai a juventude, usando seus símbolos rosados e gritando “vote no careca”.
Os partidários de Jean Bertrand Aristide deve apoiar o advogado Jean-Henry Céant, que concorre com o bordão “ame o Haiti”.O partido de Aristide “Fanmi Lavalas” foi desqualificado por uma tecnicalidade não explicada, deflagrando ameaça de boicote.
Os ex-primeiros-ministros Jacques Edouard Alexis e Yvone Neptune buscam reabilitação política, assim como Charles-Henri Baker, proprietário de uma fábrica, que perdeu para Préval há cinco anos.
René Préval foi o primeiro presidente a cumprir totalmente o mandato em mais de 200 anos. O sucessor no Haiti vai supervisionar os US$ 10 bilhões em ajuda estrangeira para reconstrução do país depois do terremoto. Uma pequena parcela dos recursos foi usada até agora, uma vez que as nações doadoras estão aguardando para ver quem irá administrar o país.
Mais de 4,7 milhões de eleitores estão registrados. Deste número, enviados das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos afirmam que centenas de milhares morreram e aqueles que sobreviveram ainda não receberam seus cartões para votar, documento equivalente ao título de eleitor, e outros não têm certeza sobre onde devem votar. As informações são da Associated Press.