A comissão eleitoral do Haiti adiou sua decisão sobre quais políticos poderão se candidatar nas eleições presidenciais de novembro deste ano, deixando em suspenso a pré-candidatura do músico de hip hop Wyclef Jean. Uma declaração da comissão, na noite de ontem, disse que adiará a decisão até a próxima sexta-feira.
O adiamento foi o último lance na disputa presidencial do país caribenho, devastado por um terremoto, em janeiro. Jean – um entre as dezenas de aspirantes à presidência -, disse ontem que está escondido desde que recebeu ameaças de morte.
O músico revelou as ameaças em uma série de mensagens eletrônicas. Jean, nascido no Haiti, mas criado nos Estados Unidos, disse não saber se a comissão aprovará sua candidatura, uma vez que não sabe se cumpre com os requisitos de residência haitianos.
A falta de decisão da comissão eleitoral provocou uma série de pequenas manifestações em Porto Príncipe. Ontem, jovens protestaram pacificamente em frente ao prédio da comissão. Horas mais tarde, uma importante avenida da capital foi bloqueada com pneus em chamas.
A Constituição do Haiti exige que os candidatos a presidente tenham vivido no país por pelo menos cinco anos consecutivos antes das eleições. Jean afirma que sabia disso, mas que sua nomeação, em 2007, como embaixador itinerante do presidente René Préval, excluiria o músico da exigência.
Mais de 30 pessoas apresentaram suas pré-candidaturas para as eleições presidenciais, em um país que ainda está concentrado nos esforços para se recuperar do terremoto devastador de 12 de janeiro que destruiu milhares de edifícios e matou mais de 200 mil pessoas.