Um britânico acusado de invadir 98 vezes arquivos confidenciais do Pentágono e da Nasa através de seu computador poderá ser extraditado aos Estados Unidos, informaram fontes diplomáticas e judiciais americanas. De acordo com as fontes, o pedido de extradição já estaria sendo apreciado pelas autoridades britânicas.
Gary McKinnon, de 36 anos, um perito em informática desempregado, foi indiciado na Virginia e New Jersey em oito processos por pirataria, e pode ser acusado em Connecticut e uma dezena de outros estados onde, segundo os investigadores, também teria cometido crimes cibernéticos.
Caso seja condenado, McKinnon poderá receber cinco anos de prisão em cada um dos estados, além de ser multado em mais de US$ 250 mil. Segundo os investigadores, o britânico parece ter agido sozinho, apenas para demonstrar sua capacidade como “hacker”, e não teria ligações com grupos terroristas.
Entre março de 2001 e o mesmo mês deste ano, McKinnon teria invadido uma centena de vezes redes de órgãos federais dos Estados Unidos com sistemas operacionais Windows NT e Windows 2000 da Microsoft. Quando conseguia quebrar os programas de proteção, instalava um “cavalo de Tróia”, software que permite o controle à distância do computador infectado.
“Ele não chegou a ter acesso a informações secretas, mas com certeza conseguiu dados confidenciais”, declarou um promotor da Virginia. Num dos casos, ocorrido poucos dias após os atentados terroristas de 11 de setembro, o “hacker” provocou a queda do sistema de uma base naval em New Jersey.
Os investigadores acusaram McKinnon de penetrar duas vezes na rede do Pentágono, assim como na da agência espacial Nasa em cinco ocasiões. No total, o “hacker” teria conseguido quebrar pelo menos mil chaves de segurança, provocando quedas nos sistemas.