A maior parte dos 72 cadáveres encontrados pela Marinha mexicana em uma fazenda no estado de Tamaulipas são de imigrantes brasileiros e equatorianos, informou hoje um sobrevivente que pediu para não ser identificado.
A testemunha relatou à promotoria que os estrangeiros foram sequestrados por um grupo criminoso quando tentavam chegar à fronteira com os Estados Unidos. Ele disse ser um imigrante ilegal vindo do Equador que teria escapado da ação.
Segundo o sobrevivente, os homens disseram pertencer ao grupo Los Zetas e resolveram assassinar os imigrantes após eles recusarem a oferta de trabalhar como matadores de aluguel para a organização criminosa.
As vítimas, 58 homens e 14 mulheres e entre os quais havia também centro-americanos, teriam entrado pelo estado de Chiapas, na fronteira com a Guatemala, e conseguido chegar a Tamaulipas, na divisa com o estado norte-americano do Texas.
Ao escapar, o sobrevivente recebeu ferimentos de bala e foi procurar apoio médico, relatando a história. Após um tiroteio entre as forças de ordem e os membros do grupo criminoso – durante o qual morreram um militar e três integrantes do bando – os corpos foram encontrados.
As autoridades detiveram um menor de idade na fazenda, onde também foi recolhido um arsenal com ao menos 21 armas de grosso calibre, fuzis, escopetas, rifles e carregadores.
Nos últimos anos, o México vem assistindo a uma escalada de violência por conflitos das forças de ordem com os carteis narcotraficantes, e entre os próprios grupos ilegais.
Desde dezembro de 2006, quando o presidente Felipe Calderón mobilizou as Forças Armadas para combater os criminosos, já foram assassinadas pelo menos 28 mil pessoas no país, de acordo com dados oficiais.