Guru da pediatria é acusado de ser pedófilo

 Mel Levine, pediatra norte-americano que ficou famoso por ajudar crianças com problemas escolares, foi denunciado por abusos sexuais cometidos contra menores entre 1967 e 1985.

Durante anos, Levine, de 68 anos, foi considerado a salvação de crianças que enfrentavam problemas na escola, negando que suas dificuldades derivassem da falta de inteligência ou da preguiça, mas sim de carências que precisavam ser preenchidas. 

Uma de suas principais afirmações, “Toda criança, sem exceções, tem seus pontos fortes”, tornou-se uma referência para a pedagogia infantil.

As acusações de abuso de quatro ex-pacientes do médico, publicadas hoje pelo jornal The New York Times, chocaram os Estados Unidos e a comunidade médica internacional. 

De acordo com as acusações, Levine, que estudou na Escola de Medicina de Harvard e na Universidade da Carolina do Norte, teria obrigado seus pacientes a permanecerem nus durante toda a consulta e teria tocado as crianças de modo explícito.

Levine nunca negou ter examinado os órgãos genitais de seus pacientes, alegando fazer parte de um procedimento para diagnosticar eventuais problemas de desenvolvimento.

Os ex-pacientes, nesta quinta-feira (07) todos adultos, tiveram suas acusações defendidas pela advogada Carmen Durso, que se tornou famosa por ter defendido diversas vítimas de pedofilia no escândalo envolvendo a diocese da Igreja Católica em Boston.                 

O pediatra, que desde abril interrompeu suas atividades médicas para enfrentar as acusações de pedofilia, agora está se dedicando à divulgação de seus livros, entre eles “A Mind at a Time”, o mais recente deles, que se tornou um best-seller.