O Parlamento Europeu concedeu nesta quinta-feira o prêmio Sakharov de Direitos Humanos ao dissidente cubano Guillermo Fariñas. O jornalista e psicólogo de 48 anos realizou várias greves de fome, colocando a própria vida em risco para protestar por mais liberdades no país. Fariñas é o terceiro cubano a receber o prêmio, após Oswaldo Payá, em 2002, e as “Damas de Branco”, um grupo de mulheres cujos maridos estão presos, em 2005.

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O 22º Prêmio Sakharov será entregue em 15 de dezembro e inclui o pagamento de 50 mil euros. A honraria leva o nome do dissidente soviético Andrei Sakharov, também defensor dos direitos humanos em seu país. Neste ano, o líder da oposição da Etiópia Birtukan Mideksa e o grupo israelense pelos direitos humanos Breaking the Silence estavam cotados para vencer. A decisão de premiar Fariñas veio a público horas antes de chanceleres da União Europeia se reunirem em Luxemburgo para discutir as relações das 27 nações do bloco com Cuba.

O governo socialista da Espanha quer que a UE normalize a relação com Cuba. Alguns países do bloco, porém, como República Checa e Eslováquia, nações que foram comunistas, se opõem a isso. A “posição comum” da UE no presente é de insistir que Cuba avance no setor de direitos humanos e na democracia, para que os laços sejam normalizados.

Fariñas realizou uma greve de fome de 135 dias mais cedo este ano, que quase o matou. O ato ajudou a pressionar o governo cubano, que acabou anunciando a libertação de 52 presos políticos. Em outros jejuns, entre 1995 e 1997, ele conseguiu chamar a atenção para a corrupção no hospital em que trabalhava. Também fez uma greve de fome de seis meses em 2006, mas nessa ocasião não conseguiu forçar o governo a permitir um acesso maior e mais livre à internet. As informações são da Dow Jones.

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