A guerra ao terror custa uma fortuna: nos últimos dez anos, o governo americano investiu cerca de US$ 1,2 trilhão. Essa cifra total, de acordo com um pesquisador da Universidade da Defesa, em Washington, é apenas estimada – quase todos os gastos são secretos e estão preservados sob o selo listrado que protege os processos sigilosos.
A agência governamental GAO (Government Accountability Office, ou Escritório Geral de Contabilidade), a auditoria da contabilidade da administração, admite gastos na faixa dos US$ 335 bilhões só na reorganização da comunidade das agências de inteligência – são 13, como divulga a mais conhecida delas, a CIA, ou 19, o número citado no relatório do Conselho Nacional de Inteligência.
O atentado contra as Torres Gêmeas, em setembro de 2001, revelou a enorme fragilidade do sistema. Os militantes da Al-Qaeda haviam deixado claras pistas. Vários indícios estavam registrados em informes que acabaram não consolidados e, pior, não analisados. O então presidente George W. Bush iniciou o programa de reorganização de acordo com regras especiais. Criou um monstro. Em 2010, estavam em construção 33 complexos para abrigar a nova rede – todos formados no mínimo por três prédios.
Havia, então, 1.271 organizações governamentais e 1.931 particulares dedicadas a produzir informações, a partir de 10 mil locais nos EUA e no exterior. O número de pessoas diretamente envolvidas batia em 854 mil. O jornal Washington Post acusou o governo de atuar com desperdício, gigantismo, ineficiência e arbitrariedade. A Diretoria de Inteligência Interna limitou-se a emitir uma nota discordando formalmente das conclusões.
O diretor da CIA, Leon Panetta, redimiu a má fama da corporação reduzindo drasticamente o trabalho acadêmico e aumentando as operações táticas, em conjunto com as unidades militares. O melhor resultado dessa retomada da vocação da agência apareceu no domingo: em 44 minutos, a fortificação de Osama caiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.