A situação política em Hong Kong continua conturbada. O grupo Aliança pela Paz e Democracia alega ter obtido 930 mil assinaturas em um período de dez dias para se opor ao movimento Occupy Central, também lançado por ativistas pró-democracia.
O Occupy Central ameaça desligar o centro financeiro da cidade por meio de desobediência civil caso as demandas por um sistema democrático de acordo com as leis internacionais não sejam respeitadas. Nos últimos meses, o grupo ganhou notoriedade patrocinando em junho um referendo não oficial pela democracia. O evento reuniu 780 mil participantes. No entanto, a estratégia de desobediência civil já levou a mais de 500 prisões.
O Aliança pela Paz e Democracia recebeu o apoio do principal líder da cidade, o executivo-chefe Leung Chun-ying. O porta-voz do grupo Robert Chow disse em entrevista ao China Real Time ter ficado surpreendido pelo volume de 200 mil assinaturas apenas no primeiro dia.
Chow, um ex-radialista de Hong Kong, afirmou que a campanha faz sucesso porque os cidadãos de Hong Kong valorizam a paz e a conduta ordeira. Ele acusou o movimento Occupy Central de fazer as pessoas de reféns para ameaçar a China. “Se a China não der a eles o que eles querem, eles irão nos crucificar”, disse. Representantes do Occupy Central não foram localizados durante o fim de semana para responder as acusações.
No entanto, alguns ativistas questionam o modo como as assinaturas são colhidas. Qualquer um pode assinar, incluindo turistas e menores de idade. Na semana passada, funcionários de uma empresa de utilidade pública disseram se sentir pressionados a assinar a petição após os chefes de departamento circularem o documento no ambiente de trabalho.
Para Chow, as acusações não têm sentido. Ele argumentou que os nomes somente são contabilizados após as pessoas se identificarem em alguma seção de assinatura. Quanto a aceitar opiniões de menores de idade, ele replicou: “quem disse que alguém com menos de 18 não deve ter uma voz?”
O grupo Aliança pela Paz e Democracia coletará assinaturas até 17 de agosto, perto da data na qual o Congresso Nacional do Povo da China deve revisar a proposta de reforma eleitoral em Hong Kong. Nessa época também estão previstas demonstrações de desobediência civil de estudantes ativistas. Fonte: Dow Jones Newswires.