Ativistas pró-democracia, que realizaram as grandes manifestações que derrubaram o presidente egípcio Hosni Mubarak, organizaram um novo protesto hoje, na véspera de um referendo que vai decidir se haverá ou não alterações na Constituição do país. Cerca de 500 pessoas se reuniram na Praça Tahrir, cenário de semanas de manifestações que depuseram Mubarak, gritando “abaixo a Constituição” e “o povo quer uma nova Constituição”.
A Coalizão de Jovens da Revolução convocou a manifestação para pedir aos eleitores que rejeitem uma emenda à Constituição cujo objetivo é dar sustentação a eleições presidenciais e parlamentares ainda neste ano e um rápido retorno ao controle civil.
O conselho militar, que passou a governar o país quando Mubark deixou o cargo, em 11 de fevereiro, disse que não impediria a manifestação, apesar da implantação de uma proibição a todas as análises e artigos opinativos na mídia a respeito do referendo, que passou a valer na manhã de hoje e vai até o fechamento das urnas, às 14h de amanhã (horário de Brasília).
Os ativistas, juntamente com uma série de partidos políticos e opositores, argumentam que o pacote de emendas, apressadamente escrito por um painel em apenas dez dias, não avança o suficiente na revisão do legado de Mubarak e dizem que a Constituição precisa ser reescrita. As informações são da Dow Jones.