Os sindicatos da França afirmaram nesta quinta-feira que manterão sua luta contra a reforma previdenciária na semana que vem, mesmo que a lei seja aprovada, informou a Rádio France Internacional (RFI) em seu site. “Não há razão para parar os protestos”, disse Bernard Thibault, líder da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), a principal central sindical do país. Segundo ele, a ação de greves deve ganhar nova força na próxima semana.
Os sindicatos devem se reunir nesta tarde para decidir sobre o próximo dia de protestos contra a intenção do presidente Nicolas Sarkozy de elevar a idade mínima para aposentadoria no país, de 60 para 62 anos. A idade mínima para se receber a aposentadoria integral também deve subir, de 65 para 67 anos. O governo alega que precisa conter o déficit orçamentário, mas os trabalhadores reclamam, dizendo que sofrem injustamente com o desequilíbrio nas contas públicas.
Anteontem, mais de um milhão de pessoas foram às ruas no país, no sexto dia de ações contra a medida desde setembro. Segundo a RFI, na manhã desta quinta-feira havia manifestantes bloqueando vias importantes para o transporte e depósitos de combustível. Os manifestantes estão utilizando táticas de “gato e rato” para tentar escapar da polícia, nas palavras dos próprios sindicatos, informou a rádio.
Logo pela manhã, trabalhadores bloquearam rapidamente o aeroporto de Marselha, causando longas filas e atrasos nos voos. Em Toulon, também no sul do país, manifestantes bloquearam um arsenal militar, permitindo apenas a entrada de militares.
A RFI informa ainda que as 12 refinarias do país seguem paradas e um quarto dos postos de combustível não têm o produto para vender. O Ministério da Educação informou que pelo menos 312 escolas de ensino médio foram atingidas por protestos de alunos nesta quinta-feira. A rádio afirma ainda que mais problemas são esperados para os postos na sexta-feira, quando muitas pessoas devem tentar abastecer para viajar, aproveitando o período de férias escolares.