Explosões e troca de tiros marcaram a greve geral convocada por sindicatos para esta quarta-feira (07) com o objetivo de exigir melhores salários no Líbano. Simpatizantes do Hezbollah (Partido de Deus) e partidários do governo entraram em choque. Os confrontos tiveram início quando governistas e oposicionistas começaram a trocar insultos em um setor muçulmano de Beirute. Logo depois eles já estavam se apedrejando. Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas.
De acordo com testemunhas, forças de segurança intervieram e tiros foram ouvidos. Aparentemente, soldados atiraram para o alto em uma tentativa de dispersar a multidão. Um cinegrafista de emissora de televisão Al-Manar, de propriedade do Hezbollah, foi espancado por um soldado, informou o canal. Um soldado foi atingido na boca por uma pedra. Dois fotojornalistas também ficaram feridos, disseram testemunhas e canais de televisão.
A causa das explosões ainda é desconhecida, mas testemunhas e televisões locais afirmaram que elas foram provocadas por granadas propelidas por foguete. As explosões e os tiroteios cessaram depois de algum tempo.
A greve paralisou grande parte de Beirute. Simpatizantes do Hezbollah armaram barricadas com pneus em chamas, carros velhos e latões de lixo em meio à greve convocada em protesto contra a política econômica do governo e por melhores salários.
A violência aumentou ainda mais a tensão em um país já dividido em meio a uma crise política iniciada há quase um ano e meio e que coloca frente a frente o Hezbollah, apoiado pela Síria e pelo Irã, e o governo do primeiro-ministro Fuad Siniora, apoiado pelo Ocidente.
O Líbano está sem presidente desde novembro do ano passado, quando terminou o mandato de Emile Lahoud. O dividido Parlamento tenta há meses um acordo para aprovar um novo chefe de Estado.