Os gregos foram às urnas neste domingo, no primeiro turno das eleições municipais e regionais. É a primeira vez que os cidadãos do país votam, desde que o atual governo assumiu, há dois anos, no auge da crise da dívida do país. O pleito é visto como uma espécie de referendo ao primeiro-ministro Antonis Samaras.
Para o próximo domingo, está marcado o segundo turno, que coincide com as eleições para o Parlamento Europeu.
No bairro de classe média ao norte de Atenas, Maroussi, alguns moradores veem a eleição como uma oportunidade para enviar uma mensagem aos parceiros da Grécia na zona do euro – em especial à Alemanha , amplamente vista como o arquiteta da austeridade econômica no país. “As políticas da Europa têm que mudar, não apenas para a Grécia, mas para todo o continente. Quero enviar a mensagem de que o que foi feito já foi suficiente e que a Europa não é apenas a Alemanha”, disse Stavroula Archavli, uma professora de 51 anos que, nas eleições europeias, pretende votar no partido radical de esquerda de oposição Syriza. A posição influenciou seu voto nas eleições locais deste domingo também, disse ela.
Apesar de a eleição não alterar a composição do parlamento grego, ela terá um peso simbólico tanto para a oposição esquerdista como para o governo. O resultado pode determinar se a Grécia seguirá com a agenda de reformas econômicas ou se vai voltar a um cenário de incerteza política. Um golpe nas urnas pode fazer ressurgir divergências dentro da coalizão governista, que já sofreu instabilidades em torno das decisões de medidas de austeridades nos últimos anos.
A Grécia vive o sétimo ano seguido de recessão, com mais de um quarto de sua população ainda desempregada. A situação impulsiona o crescimento da popularidade do Syriza, que deve ampliar seu número de assentos no Parlamento Europeu no próximo domingo. Fonte: Dow Jones Newswires.