Mais de 10 mil pessoas estão realizando manifestações nesta quarta-feira (10) no centro de Atenas, após quatro noites de violência na Grécia detonadas pela morte de um jovem por policiais. O protesto inicialmente faz parte de uma greve geral de 24 horas. Os serviços de emergência estão em alerta pela cidade. Há o temor de que haja novos confrontos, em um contexto de aumento da pressão sobre o governo conservador.
O adolescente Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos, foi morto pela polícia a tiros na noite de sábado, em um caso não totalmente esclarecido. Dois policiais foram presos – um deles acusados por homicídio. Os policiais alegam que não fizeram nada ilegal, porém testemunhas afirmam que eles atiraram contra um grupo de jovens.
A manifestação ganha também contornos de protesto contra a forma com que o governo lida com a crise nacional. Os sindicatos rejeitaram os apelos do primeiro-ministro Costas Karamanlis para cancelar as manifestações, afirmando também que os gregos têm o direito de protestar contra as dificuldades financeiras.
“O governo não consegue lidar com essa crise e perdeu a confiança do povo grego”, afirmou o líder oposicionista George Papandreou, dos Socialistas. Grupos em sua maioria formados por jovens mascarados tomaram as ruas de várias cidades gregas, virando carros, depredando lojas e incendiando latas de lixo. Vários proprietários reclamam que a polícia antidistúrbio é incapaz de proteger as propriedades.
Uma pesquisa divulgada nesta quarta pelo jornal Kathimerini mostra que, para 68% dos consultados, o governo lidou incorretamente com a crise. Apenas 18% dos entrevistados concordam com a atuação governamental. A sondagem da empresa Public Issues tem margem de erro de 4,5 pontos, para mais ou para menos.